Eu hoje to com saudades
Do tempo que fui ciança
Lá no sitio Jaburú
Eu, Paulo, Ronaldo e França
de tantas coisas bonitas
que não me saem da lembrança.
da casa velha que um dia
fizemos nossa morada
do umbuzeiro frondoso
bem na beira da estrada
e uma porteira velha
com a tramela quebrada.
Cercada de algarobas
que enfeitavam o quintal
de onde a passarinhada
num canto fenomenal
gorgeavam seus trinidos
num canto celestial.
Onde passáva-mos os dias
trabalhando no roçado
plantando milho e feijão
cuidando também do gado
só ia embora á noitinha
de suor todo molhado.
E nóis quando estava em casa
rodeando aquela mesa
com uma lamparina acesa
rodeada de carvão
a gata miava ao chão
periquito na parede
criança chora na rede
mulher canta ladainha
mamãe lhe ofereçe água
respondendo da cozinha.
Quem conheçeu o sertão
não se esqueçe jamais
de um povo tão prestativo
cheio de amor e paz
que lhe ofereçe comida
depois pergunta: Quer mais?
com nóis não se tem frescuras
tanto fez como tanto faz.
No pajeú é assim
todo mundo é feliz
traz no sangue essa mistura
que é dada como raíz
seja no sul ou no norte
seja em qualquer país
seja pedro josé ou dimas
rafael, João ou Luiz.
As treis Marias porém
são treis pessoas descentes
cada qual com sua luta
msmo sendo diferentes
trazem no sangue essa garra
puxaram tudo a vozinha
são essas treis maravilhas
Côca, Izabel e Novinha.
Sp Kakole - 23.06.05
quarta-feira, 29 de abril de 2009
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