Seu moço eu venho de longe
onde a seca prevaleçe
Onde a macambira mucha
e o nordestino padeçe
Onde a água de baixo sobe
e a de cima não desce.
É terra de homem forte
predestinado a sofrer
Vendo tudo se acabar
e não ter prá onde correr
andar de um lado pro outro
é triste seu padecer.
levanta de manhanzinha
bota os olhos no nascente
reza prece e ladainha
missa de corpo presente
mas nadas explica a tristeza
que o sertanejo sente.
Se debruça na janela
triste e desconsolado
lembrando o tempo das chuvas
milho cobrindo o roçado
as lágrimas caem do rosto
deixando o torrão molhado.
kakole SP. 15.03.08
quarta-feira, 29 de abril de 2009
Pajeú, glória e coragem
Eu hoje to com saudades
Do tempo que fui ciança
Lá no sitio Jaburú
Eu, Paulo, Ronaldo e França
de tantas coisas bonitas
que não me saem da lembrança.
da casa velha que um dia
fizemos nossa morada
do umbuzeiro frondoso
bem na beira da estrada
e uma porteira velha
com a tramela quebrada.
Cercada de algarobas
que enfeitavam o quintal
de onde a passarinhada
num canto fenomenal
gorgeavam seus trinidos
num canto celestial.
Onde passáva-mos os dias
trabalhando no roçado
plantando milho e feijão
cuidando também do gado
só ia embora á noitinha
de suor todo molhado.
E nóis quando estava em casa
rodeando aquela mesa
com uma lamparina acesa
rodeada de carvão
a gata miava ao chão
periquito na parede
criança chora na rede
mulher canta ladainha
mamãe lhe ofereçe água
respondendo da cozinha.
Quem conheçeu o sertão
não se esqueçe jamais
de um povo tão prestativo
cheio de amor e paz
que lhe ofereçe comida
depois pergunta: Quer mais?
com nóis não se tem frescuras
tanto fez como tanto faz.
No pajeú é assim
todo mundo é feliz
traz no sangue essa mistura
que é dada como raíz
seja no sul ou no norte
seja em qualquer país
seja pedro josé ou dimas
rafael, João ou Luiz.
As treis Marias porém
são treis pessoas descentes
cada qual com sua luta
msmo sendo diferentes
trazem no sangue essa garra
puxaram tudo a vozinha
são essas treis maravilhas
Côca, Izabel e Novinha.
Sp Kakole - 23.06.05
Do tempo que fui ciança
Lá no sitio Jaburú
Eu, Paulo, Ronaldo e França
de tantas coisas bonitas
que não me saem da lembrança.
da casa velha que um dia
fizemos nossa morada
do umbuzeiro frondoso
bem na beira da estrada
e uma porteira velha
com a tramela quebrada.
Cercada de algarobas
que enfeitavam o quintal
de onde a passarinhada
num canto fenomenal
gorgeavam seus trinidos
num canto celestial.
Onde passáva-mos os dias
trabalhando no roçado
plantando milho e feijão
cuidando também do gado
só ia embora á noitinha
de suor todo molhado.
E nóis quando estava em casa
rodeando aquela mesa
com uma lamparina acesa
rodeada de carvão
a gata miava ao chão
periquito na parede
criança chora na rede
mulher canta ladainha
mamãe lhe ofereçe água
respondendo da cozinha.
Quem conheçeu o sertão
não se esqueçe jamais
de um povo tão prestativo
cheio de amor e paz
que lhe ofereçe comida
depois pergunta: Quer mais?
com nóis não se tem frescuras
tanto fez como tanto faz.
No pajeú é assim
todo mundo é feliz
traz no sangue essa mistura
que é dada como raíz
seja no sul ou no norte
seja em qualquer país
seja pedro josé ou dimas
rafael, João ou Luiz.
As treis Marias porém
são treis pessoas descentes
cada qual com sua luta
msmo sendo diferentes
trazem no sangue essa garra
puxaram tudo a vozinha
são essas treis maravilhas
Côca, Izabel e Novinha.
Sp Kakole - 23.06.05
MEU DESTINO É NORDESTINO
Quando ouço o cantar de um Jurití
O meu peito se enche de alegria
Em saber que ao chegar o fim do dia
sempre chega trovoada no sertão.
Sertanejo se enche de emoção
e vai logo preparando sua terra
onde fica de olho lá na serra
apontar as primeiras nuvens cheia
A aranha constrói a sua teia
a formiga trabalha sem parar
cada uma levando sua ceia
para a noite servi-lhe de jantar.
É bonito saber que nesta terra
a alegria nordestina vem do céu
As mulheres ainda usam véu
para irem a missa na capela
cada qual levando sua vela
e rezando ladainha bem cantada
e se prosta no chão agradecidas
pelas bençãos, em graças alcançadas.
SP.10.07.05
O meu peito se enche de alegria
Em saber que ao chegar o fim do dia
sempre chega trovoada no sertão.
Sertanejo se enche de emoção
e vai logo preparando sua terra
onde fica de olho lá na serra
apontar as primeiras nuvens cheia
A aranha constrói a sua teia
a formiga trabalha sem parar
cada uma levando sua ceia
para a noite servi-lhe de jantar.
É bonito saber que nesta terra
a alegria nordestina vem do céu
As mulheres ainda usam véu
para irem a missa na capela
cada qual levando sua vela
e rezando ladainha bem cantada
e se prosta no chão agradecidas
pelas bençãos, em graças alcançadas.
SP.10.07.05
LEMBRANDO O VELHO POETA (JÓ PATRIOTA)
Conheci Jó Patriota
há muitos tempos atráz
Numa cantoria que houve
lá no sítio dos Tomáz
Foi alegria tão grande
que não esqueço jamais.
Tava ele e Zezé lulu
cantando de parceria
um cantava, outro cantava
um bebia, outro bebia
e só saimos de lá
quando o dia amanhecia.
daquele dia prá cá
nóis nunca nos separava
quase sempre nos botecos
nóis sempre se encontrava
prá tomar uma meiota
onde nóis sempre tomava.
O bar de João macambira
foi testemunha ocular
eu chegava logo cedo
esperava ele chegar
prá beber nossas cachaças
e ver o tempo passar.
Cresci ouvindo as poesias
que Jó fazia tão bem
falava de tudo um pouco
falava dele também
falava de todo mundo
não escapava ninguém.
ele era muito engraçado
prá contar uma piada
fazendo gestos grosseiros
e caía na risada
No fim ele reclamava:
Ô piada mal contada`.
Sp 08.07.05
há muitos tempos atráz
Numa cantoria que houve
lá no sítio dos Tomáz
Foi alegria tão grande
que não esqueço jamais.
Tava ele e Zezé lulu
cantando de parceria
um cantava, outro cantava
um bebia, outro bebia
e só saimos de lá
quando o dia amanhecia.
daquele dia prá cá
nóis nunca nos separava
quase sempre nos botecos
nóis sempre se encontrava
prá tomar uma meiota
onde nóis sempre tomava.
O bar de João macambira
foi testemunha ocular
eu chegava logo cedo
esperava ele chegar
prá beber nossas cachaças
e ver o tempo passar.
Cresci ouvindo as poesias
que Jó fazia tão bem
falava de tudo um pouco
falava dele também
falava de todo mundo
não escapava ninguém.
ele era muito engraçado
prá contar uma piada
fazendo gestos grosseiros
e caía na risada
No fim ele reclamava:
Ô piada mal contada`.
Sp 08.07.05
As lembranças que trago do Passado.Mote:
As lembranças que trago do passado
fez em sonho eu voltar prá esse lugar.
Essa dor que inflama esse meu peito
dói demais e eu não tenho outra saída
Onde eu posa ver sarar esta ferida
que consome minha carne sem ter cura
Meus momentos sombrios de loucura
Vão além do que eu possa imaginar
E a um destino, sei que um dia irei chegar
Prá ficar no meu canto sossegado
As lembranças que trago do Passado
Fez em sonho eu voltar prá esse lugar.
Na pequena casinha onde nasci
Hoje mora a saudade e a tristeza
onde um dia foi de encanto e beleza
hoje é um túmulo de estoria, seputado
Onde outrora a alegria era constante
A memória me cobra a todo instante
Transformando meu presente no passado.
SP. 08.11.07
fez em sonho eu voltar prá esse lugar.
Essa dor que inflama esse meu peito
dói demais e eu não tenho outra saída
Onde eu posa ver sarar esta ferida
que consome minha carne sem ter cura
Meus momentos sombrios de loucura
Vão além do que eu possa imaginar
E a um destino, sei que um dia irei chegar
Prá ficar no meu canto sossegado
As lembranças que trago do Passado
Fez em sonho eu voltar prá esse lugar.
Na pequena casinha onde nasci
Hoje mora a saudade e a tristeza
onde um dia foi de encanto e beleza
hoje é um túmulo de estoria, seputado
Onde outrora a alegria era constante
A memória me cobra a todo instante
Transformando meu presente no passado.
SP. 08.11.07
A NATUREZA É PERFEITA.
Adimiro a natureza
do divino, a sua obra
vendo um tejo enfurecido
brigando com uma cobra
numa batalha infernal
os dois de igual prá igual
ver na disputa quem sobra.
O tejo rápido e feroz
ataca com violencia
se desviando dos botes
da cobra com evidencia
sendo mordido, ele corre
e do veneno, não morre
sabe o poder da ciência.
Saindo na ligeireza
correndo em disparada
sai em direção do mato
numa carreira danada
e se valendo da sorte
sabendo que alí a morte
prá ele está preparada.
Sai em busca de uma planta
que nasce no matagal
para curar-lhe a ferida
que fez o outro animal
na procura permanente
abandonando a serpente
e foi salvar-se do mal.
Também vejo um gavião
num suave peneirado
se preparando prá caça
faz um plano elaborado
alí o bote é ligeiro
pleno, veloz e certeiro
num animal descuidado.
Vai se aproximando a noite
o dia vai se findando
a passarada em gorjeios
nos galhos se empoleirando
e uma galinha orgulhosa
toda elegante, garbosa
com seus pintos se aninhando.
A gata velha descança
no batente da janela
escutando sonolenta
um barulho de panela
vaz ou outra se levanta
esperando ver a janta
do dono e da dona dela.
São coisas que o sertanejo
costuma sempre enxergar
estas cenas tão brejeiras
para quem quizer olhar
no painel da natureza
que se reflete a beleza
do povo desse lugar.
SP. 19.11.07
do divino, a sua obra
vendo um tejo enfurecido
brigando com uma cobra
numa batalha infernal
os dois de igual prá igual
ver na disputa quem sobra.
O tejo rápido e feroz
ataca com violencia
se desviando dos botes
da cobra com evidencia
sendo mordido, ele corre
e do veneno, não morre
sabe o poder da ciência.
Saindo na ligeireza
correndo em disparada
sai em direção do mato
numa carreira danada
e se valendo da sorte
sabendo que alí a morte
prá ele está preparada.
Sai em busca de uma planta
que nasce no matagal
para curar-lhe a ferida
que fez o outro animal
na procura permanente
abandonando a serpente
e foi salvar-se do mal.
Também vejo um gavião
num suave peneirado
se preparando prá caça
faz um plano elaborado
alí o bote é ligeiro
pleno, veloz e certeiro
num animal descuidado.
Vai se aproximando a noite
o dia vai se findando
a passarada em gorjeios
nos galhos se empoleirando
e uma galinha orgulhosa
toda elegante, garbosa
com seus pintos se aninhando.
A gata velha descança
no batente da janela
escutando sonolenta
um barulho de panela
vaz ou outra se levanta
esperando ver a janta
do dono e da dona dela.
São coisas que o sertanejo
costuma sempre enxergar
estas cenas tão brejeiras
para quem quizer olhar
no painel da natureza
que se reflete a beleza
do povo desse lugar.
SP. 19.11.07
ABANDONO
É triste ver sua terra
pereçer no abandono
ressequida pelo tempo
sentindo a falta do dono
ir morrendo dia-a-dia
Sem trégua, sem alegria
no mais cruel desengano.
Fui muito feliz um alí
no meu tempo de criança
das caçadas de bodoque
hoje só tenho a lembrança
de voltar de onde saí
lugar que sempre viví
ainda tenho esperança.
Perdido em meus pensamentos
passo o dia a imaginar
como era lindo o roçado
vendo o plantio florar
pois perco noites de sono
vendo tudo no abandono
Meu Deus, eu quero voltar.
01.03.07
pereçer no abandono
ressequida pelo tempo
sentindo a falta do dono
ir morrendo dia-a-dia
Sem trégua, sem alegria
no mais cruel desengano.
Fui muito feliz um alí
no meu tempo de criança
das caçadas de bodoque
hoje só tenho a lembrança
de voltar de onde saí
lugar que sempre viví
ainda tenho esperança.
Perdido em meus pensamentos
passo o dia a imaginar
como era lindo o roçado
vendo o plantio florar
pois perco noites de sono
vendo tudo no abandono
Meu Deus, eu quero voltar.
01.03.07
LEMBRANDO GRANDES POETAS
Eu sou filho do nordeste
do interior do mato
Onde o poeta gloseia
Seus versos de fino trato
com sentimentos profundo
Levando ao resto do mundo
educação e recato.
Onde se canta o repente
sob inspiração de amor
mostrando aquilo que sente
como se fosse um louvor
um sertanejo que canta
a sua tristeza espanta
preservando seu valor.
A poesia é constante
quem canta nunca se cala
Levando consigo o dom
nos versos de quem vos fala
logo tão bem inspirado
procura dar o recado
prá quem se encontra na sala.
O poeta tem a alma
repleta de sentimento
mantida por uma calma
manifestada com o tempo
Segredos somente seus
Dádiva dada por Deus
que se transporta no vento.
A morte de um poeta
causa dor e emoção,
Deixa a natureza triste
Feridas no coração
O céu de tristeza chora
O sol se fecha na hora
Em que se baixa o caixão.
Minha terra é conhecida
como o berço da poesia
Onde se faz o repente
seja de noite ou de dia
Onde se brota o desejo
que traduz do sertanejo
Tudo que nele se cria.
Na vida tudo é incerto
Certeza, só tem a morte
Prá aquele que teve a sorte
de ser repentista um dia
Faça como fez Filó,
Lourival Batista e Jó
No reino da poesia.
Louvarei alguns poetas
que pisaram este torrão
talvez não lembre de todos
mas tenho no coração
poetas de fino trato
que conviveram com o mato
Nascidos no meu sertão.
lembro de Zé marcolino
cantando comigo um dia
No bar de João Macambira
Eu, ele, Jó, Zá e Bia
num quinteto organizado
Com um violão bem tocado
Oassamos o resto do dia.
Logo depois chegou Louro
com seu cigarro apagado
Sentou-se num tamborete
que se encontrava do lado
e alí observando
a turma toda cantando
também quiz dar seu recado.
Eu, como todo vivente
fui testemunha ocular
guardo em minha memória
o que aconteceu no bar
coisas que por mim vividas
jamais serão esquecidas
do povo desse lugar.
SP 14.03.08
do interior do mato
Onde o poeta gloseia
Seus versos de fino trato
com sentimentos profundo
Levando ao resto do mundo
educação e recato.
Onde se canta o repente
sob inspiração de amor
mostrando aquilo que sente
como se fosse um louvor
um sertanejo que canta
a sua tristeza espanta
preservando seu valor.
A poesia é constante
quem canta nunca se cala
Levando consigo o dom
nos versos de quem vos fala
logo tão bem inspirado
procura dar o recado
prá quem se encontra na sala.
O poeta tem a alma
repleta de sentimento
mantida por uma calma
manifestada com o tempo
Segredos somente seus
Dádiva dada por Deus
que se transporta no vento.
A morte de um poeta
causa dor e emoção,
Deixa a natureza triste
Feridas no coração
O céu de tristeza chora
O sol se fecha na hora
Em que se baixa o caixão.
Minha terra é conhecida
como o berço da poesia
Onde se faz o repente
seja de noite ou de dia
Onde se brota o desejo
que traduz do sertanejo
Tudo que nele se cria.
Na vida tudo é incerto
Certeza, só tem a morte
Prá aquele que teve a sorte
de ser repentista um dia
Faça como fez Filó,
Lourival Batista e Jó
No reino da poesia.
Louvarei alguns poetas
que pisaram este torrão
talvez não lembre de todos
mas tenho no coração
poetas de fino trato
que conviveram com o mato
Nascidos no meu sertão.
lembro de Zé marcolino
cantando comigo um dia
No bar de João Macambira
Eu, ele, Jó, Zá e Bia
num quinteto organizado
Com um violão bem tocado
Oassamos o resto do dia.
Logo depois chegou Louro
com seu cigarro apagado
Sentou-se num tamborete
que se encontrava do lado
e alí observando
a turma toda cantando
também quiz dar seu recado.
Eu, como todo vivente
fui testemunha ocular
guardo em minha memória
o que aconteceu no bar
coisas que por mim vividas
jamais serão esquecidas
do povo desse lugar.
SP 14.03.08
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